domingo, 28 de abril de 2013

Poetas Acrízio de França e Nogueira Netto



EU HOJE RECEBO FLORES,
MAS JÁ COLHI FRUTOS PECOS,
EU NAO SEI NEM QUANTAS VEZES,
JA PASSEI POR ENTRE OS BECOS,
SENTINDO AS LÁGRIMAS SALGADAS,
MOLHANDO MEUS LÁBIOS SECOS. 


EM VOCÊ EU ESTOU VENDO
UM TALENTO EM EVIDÊNCIA
UMA ABELHA VOANDO
NO JARDIM DA EXISTÊNCIA
COLHENDO NA FLOR DOS ANOS
O NÉCTAR DA EXPERIÊNCIA 


EU TÔ É SEM PACIÊNCIA,
DE PASSAR TANTOS SUFOCOS,
INVEJADO POR SANDEUS,
E ENVELHECENDO AOS POUCOS,
ASSISTINDO OS LOUCOS SÁBIOS,
DIZENDO QUE NAO SAO LOUCOS. 


PASSAMOS MUITOS SUFOCOS
AO SERMOS LUDIBRIADOS
POR ISSO NAS RELAÇÕES
VIVEMOS ENTRINCHEIRADOS
OS LOUCOS PENSAM QUE NÓS
MALUCOS SOMOS PIRADOS 


OS JEFERSONS SAO INSPIRADOS,
NESSES DIZERES BONITOS,
MAS EU OU SÓ UM BEÓCIO,
PERDIDO ENTRE OS ERUDITOS,
ASSUSTADOS COM MEU JEITO,
E PASMADOS COM MEUS GRITOS. 


AO RELER OS SEUS ESCRITOS
EU VI A MIM MESMO ATÉ
DEITADO SOBRE OS MEUS LIVROS
SEM VER A FAMA DE PÉ
COMO UM PEIXE FORA D'ÁGUA 
REMANDO CONTRA A MARÉ 


NUNCA FALTA UM LEGUELHÉ,
PARA CRUZAR MEUS CAMINHOS,
JOGANDO PEDRAS NAS AVES,
E ESBAGAÇANDO OS NINHOS,
PISANDO NAS MINHAS ROSAS,
E QUEBRANDO OS MEUS ESPINHOS. 


MAS NÃO ESTAMOS SOZINHOS
COMO UM NÔMADE MALTRAPILHO
SE TEM UM TREM DE INVEJA
PARA NOS TIRAR DO TRILHO
TEM LUZES NO FIM DO TÚNEL
PARA ACHARMOS NOSSO BRILHO

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