quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Violeiros Nordestinos: a arte de improvisar

Os violeiros do nordeste tocam prosas e versos em formas de desafios, entre um e outro, em suas apresentações, e isso já faz parte da cultura da região nordeste desde os primórdios. O O repente mostra para todos o improviso e que os repentistas mostram a sua arte na forma mais artística do homem do interior. 
Repente (conhecido também como desafio) é uma tradição da cultura popular brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso – a criação de versos "de repente". O repente possui diversos modelos de métrica e rima, e seu canto costuma ser acompanhado de instrumentos musicais. Quando o instrumento usado é o pandeiro, o repente é chamado de "coco de embolada"; acompanhado do violão, denomina-se Cantoria; cantado sem acompanhamento musical, denomina-se "entoada, toada ou aboio".
O cantar dos violeiros requer, além da prodigiosa memória e agilidade mental, uma interação harmoniosa do violeiro com o parceiro, numa evolução com o tema e uma comunicação com a platéia. Nesta dinâmica, temas podem ser sugeridos pela audiência, sobre o qual o violeiro improvisa. Isto é o ‘mote’. O mote pode ter de um a quatro versos, com sete ou dez sílabas, que o repentista utiliza para completar a décima por ele improvisada e, além do mais, dentro de regras rigorosas. Assim, o mote de uma ou de duas linhas deve constituir o final da estância; o de três ou quatro poderá ser posto pelo repentista no final da estrofe ou diluído de várias formas. Por exemplo, no mote de quatro linhas apenas os dois versos iniciais são desmembrados, ficando os dois restantes no final da décima. Já no mote de três linhas, o repentista intercala apenas o primeiro verso do terceto, como exemplificado por Ribeiro (1995, p. 90-91):

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