domingo, 6 de janeiro de 2013

Frutos do Nordeste








2 comentários:

  1. .
    Todos nós que nascemos já poetas
    Contemplando ao redor a natureza,
    Empolgados, cantando sua beleza,
    O romântico das noites inquietas.
    Muitos vates, porém, fazem dietas,
    Não consomem do povo suas dores
    Dão as costas aos grandes dissabores
    E às causas que geram tantos males,
    O canto fácil preferem pelos vales
    À canção que exalta os sofredores.

    Para mim só poeta é quem escuta
    E quem leva no verso a dor do povo,
    Poeta que não sabe o que é estorvo
    Fadado está no mundo para a luta.
    Ele tem que colher da terra enxuta
    Os versos com teor de liberdade...
    Defender a justiça e a igualdade,
    Combater com seus raios os tiranos
    Para alcançar, vencendo os desenganos,
    Um mundo justo para a humanidade.
    ..................................
    ..................................
    “Venho eu dos mistérios do sertão,
    Quando a seca ameaça e amedronta
    Vendo o sol causticante que desponta
    Com açudes mostrando o seu porão,
    Sem ouvir o cantar da arribação,
    Vendo o céu sem orvalho para a flor,
    O chão, a terra seca, o seu ardor,
    A rês mirando a morte, ali caída,
    Vazia, a casa velha, já sem vida
    E por fim o adeus constrangedor.”

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