domingo, 28 de julho de 2013

75 anos da morte de Lampião e o massacre de Angicos


Em 28 de Julho de 1938 chegava ao fim a trajetória do líder cangaceiro mais polêmico e influente da história do cangaço.  Existe a versão oficial que sustenta a chacina de Angicos pelas forças volantes de Alagoas e existe também a versão do envenenamento de grande parte do grupo que se encontrava acampado em Angicos. A versão oficial explica que Lampião e a maior parte de seus grupos se encontravam acampados em Sergipe, na fazenda Angicos, no município de Poço Redondo, quando foram surpreendidos por volta das 5:30 da manhã; as forças volantes de Alagoas agiram guiadas pelo coiteiro Pedro de Cândido e os cangaceiros não tiveram tempo de esboçar qualquer reação. 
Lampião é o primeiro a ser morto na emboscada. Ao todo foram 11 cangaceiros mortos, entre eles Lampião e Maria Bonita; em seguida, depois da decapitação, deu-se a verdadeira caça ao tesouro dos cangaceiros, desde as jóias, dinheiro, perfumes importados e tudo mais que tinha valor foi alvo da rapinagem promovida pela polícia. Depois de ter sido pressionado pelo ditador Getúlio Vargas, que sofria sérios ataques dos adversários por permitir a existência de Lampião, o interventor de Alagoas, Osman Loureiro, adotou providências para acabar com o cangaço; ele prometeu promover ao posto imediato da hierarquia o militar que trouxesse a cabeça de um cangaceiro. Ao regressarem à cidade de Piranhas as autoridades alagoanas decidiram exibir na escadaria da Prefeitura, as cabeças dos 11 cangaceiros mortos em Angicos. A macabra exposição ainda seguiu para Santana do Ipanema e depois para Maceió, aonde os políticos puderam tirar proveito o quanto quiseram do evento mórbido - a morte de Lampião e o pseudo-fim do cangaço no Nordeste foram temas de muitas bravatas políticas. O acampamento onde estava Lampião e seu grupo ficava na margem direita do rio São Francisco, no Estado de Sergipe, município de Poço Redondo. A gruta de Angicos está situada a 1 km da margem do Velho Chico e estrategicamente favoreceu ao possível ataque da polícia alagoana. O local do acampamento é um riacho temporário que na época estava seco e a grande quantidade de areia depositada formava um piso excelente para armar o acampamento. Mas, por ser uma grota, desfavorecia aos cangaceiros que estavam acampados embaixo. 
Virgulino Ferreira da Silva nasceu no município de Serra Talhada, em Pernambuco, e se dedicou a várias atividades: vaqueiro, almocreve, poeta, músico, operário, coreógrafo, ator, estrategista militar e chegou a ser promovido ao posto de capitão das forças públicas do Brasil, na época do combate à Coluna Prestes, no governo de Getúlio Vargas.Sua infância foi como a de qualquer outro menino nascido no sertão nordestino; pouco estudo e muito trabalho desde cedo. Ainda menino, Virgulino recebe de seu tio um livro da biografia de Napoleão Bonaparte o que vai permitir a introdução de várias novidades desde o formato do chapéu em meia lua, algo inexistente até a entrada de Lampião no cangaço, até a formação de grupos armados e passando por táticas de guerra. O jovem Virgulino percorreu todo o Nordeste, do Moxotó ao Cariri, comercializando de tudo pelas cidades, povoados, vilas, sítios e fazendas da região - ele vendia bugigangas, tecidos, artigos em couro; trazia as mercadorias do litoral para abastecer o sertão. Na adolescência, por volta dos 19 anos, Virgulino trabalhou para Delmiro Gouveia transportando algodão e couro de bode para a fábrica da Pedra, hoje município homônimo do empresário que o fundou.As estradas eram precárias e o automóvel algo raro para a realidade brasileira do início de século XX; o transporte utilizado por esses comerciantes para chegarem aos seus clientes era o lombo do burro. Foi daí que Virgulino passou a conhecer o Nordeste como poucos e esta fase de sua adolescência foi fundamental para a sua permanência, durante mais de vinte anos, no comando do cangaço.
O cangaço foi um fenômeno social bastante importante para a história das populações exploradas dos sertões brasileiros. Existem registros que datam do século XIX e que nos mostram a existência deste fenômeno por mais ou menos dois séculos. O cangaço só se tornou possível graças ao desinteresse do poder público e os desmandos cometidos pelos coronéis e pela polícia com a subserviência do Estado. O sertão nordestino sempre foi tratado de forma desigual em relação à região litorânea, e o fenômeno da seca sempre foi utilizado para manutenção dos privilégios da elite regional. O fenômeno social do cangaço não deixa de ser uma reação a este modelo desumano de ocupação do território brasileiro, e à altíssima concentração de renda e de influência política. O governo brasileiro nunca ofereceu os direitos básicos, fundamentais aos sertanejos; o Estado jamais ofereceu educação, saúde, moradia, emprego o que tornou a sobrevivência no sertão complicada; o único braço estatal conhecido na região é a polícia, que, como sabemos, age na defesa do “status-quo”, é prepotente e intimida.O poder dos coronéis do sertão era o que prevalecia em detrimento dos direitos fundamentais da população. A economia sertaneja era basicamente a criação de gado para o suprimento do país, a carne do sertão abastecia os engenhos de açúcar e as cidades do Brasil. O sertão historicamente foi ocupado com a pecuária.Passado 68 anos a realidade do sertão nordestino não mudou muito; o cangaço se foi e no lugar surgiram pistoleiros de aluguéis que moram no asfalto; e os coronéis de antigamente hoje estão espalhados e infiltrados nos três poderes, gozando de foro privilegiado. A seca ainda vitima milhões de sertanejos, que continua sendo tratada da mesma forma assistencialista do passado. Finalmente, a corrupção continua a mesma; mudaram os personagens e a moeda. E, infelizmente, a impunidade que também é a mesma de muito antes do cangaço.
Por: Aprígio Vilanova · Maceió (AL)
Texto publicado originalmente em 03/10/06 no Overmundo.
Créditos das fotos:Internet

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Baião de Dois


Baião-de-dois é um prato típico da região Nordeste do Brasil, oriundo do estado da Paraíba. Consiste num preparado de arroz e feijão, de preferência o feijão verde ou feijão novo. É frequente adicionar-se carne-seca (Charque). O termo baião,  que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica do Nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada "baião". A origem do termo ganhou popurlamente com a música Baião de Dois, parceria do compositor cearense Humberto Teixeira  com o "Rei do Baião", o pernambucano Luis Gonzaga, na metade do Século XX.
O baião, por ser uma mistura de dois elementos da culinária  brasileira apreciados e de fácil acesso, o arroz e o feijão, é muito comum em áreas rurais do Nordeste. É possível perceber que ele é feito principalmete à noite para que seja aproveitado o restante do feijão cozido durante o dia.Para fazê-lo, deve-se cozinhar o arroz cru no feijão com caldo já cozido e demais temperos como cebola, tomate, pimetão  e especiarias como o coentro e a cebolinha. queijo  e nata costumam também ser adicionados.


Baiao de dois 


200 g de bacon picado
100 g de lingüiça tipo calabresa picada
100 g de lingüiça tipo paio picada
250 g de carne-seca ou charque
12 xícaras (chá) de água
1 kg de feijão-de-corda ou feijão carioquinha
300 gr de arroz
3 colheres (sopa) de manteiga de garrafa ou comum
2 dentes de alho amassados
1 cebola média picada
1 pimentão vermelho picado
250 gr de queijo coalho
sal e cheiro verde a gosto

Modo de Fazer:

1. Corte a carne-seca ou o charque em cubos e deixe de molho de um dia para o outro na geladeira, trocando a água várias vezes para tirar o excesso de sal. 

2. No dia seguinte, escorra a carne-seca e coloque em uma panela com 6 xícaras (chá) de água e cozinhe por cerca de 40 minutos ou até ficar quase macia. Retire do fogo, escorra e reserve. 

3. Em uma panela, coloque 1 colher (sopa) de manteiga e frite o bacon, a calabresa e o paio por cerca de 10 minutos ou até dourar. 

4. Acrescente a carne-seca, o feijão-de-corda e o restante da água e misture bem. Tampe a panela e cozinhe, mexendo de vez em quando, por cerca de 1 hora ou até o feijão-de-corda começar a ficar macio. Retire do fogo e reserve. 

5. Em outra panela, leve ao fogo o restante da manteiga e refogue a cebola e o alho por cerca de 5 minutos ou até a cebola ficar macia. 

6. Acrescente o arroz e refogue, mexendo de vez em quando, por 5 minutos ou até os grãos ficarem brilhantes e um pouco transparentes. Retire do fogo e coloque o arroz na panela com o feijão-de-corda e volte ao fogo, caso seja necessário, adicione mais água quente. 

7. Tempere com o sal, misture e cozinhe por mais 25 minutos ou até o arroz ficar macio. Acrescente o pimentão, o cheiro verde e o queijo coalho, misture bem e retire do fogo. Sirva em seguida.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Programação do 23º Festival de Inverno de Garanhuns PE



Dia 18:
Ney Matogrosso

Dia 19:
Zeca Baleiro
Dado Villalobos

Dia 20:
Caetano Velso
Mundo Livre S.A

Dia 21:
José Augusto

Dia 22:
Raimundos

Dia 23:
Neguinho da beija-flor

Dia 24:
Maciel Melo

Dia 25:
Elba Ramalho
Spok Frevo Orquestra

Dia 26:
Thaís Gulín
Daniela Mercury

Dia 27:
Mart’nália
Arlindo Cruz 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

CTN - Centro de Tradições Nordestinas São Paulo

O Centro de Tradições Nordestinas (CTN) foi criado para tornar-se, além de ponto de encontro da comunidade nordestina residente em São Paulo, num pólo de divulgação e preservação da cultura nordestina.
Fundado em maio de 1991, tem uma área de vinte e sete mil metros quadrados, estacionamento para quatrocentos carros e fácil acesso pela Marginal Tietê. Os frequentadores do CTN têm a sua disposição dez restaurantes e nove quiosques que servem comida típica nordestina.
Pelo palco do Centro de Tradições Nordestinas já passaram grandes nomes da música brasileira, como Elba Ramalho, Leonardo, Aviões do Forró, Calypso, Calcinha Preta e Garota Safada entre outros.
A cada show o CTN recebe um público de aproximadamente sete mil pessoas, totalizando ao longo de um mês, cerca de cem mil.
Outra grande preocupação do CTN é a questão social. Preocupado com a comunidade e em encontrar formas de ajuda-la, o Centro de Tradições Nordestinas desenvolve diversas ações culturais e sociais.




Fonte:http://ctn.org.br/o-ctn/historia/

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Fenearte 2013

Foto: Prefeitura de Agrestina
A 14ª edição da Fenearte, que acontece de 4 a 14 de julho, no Centro de Convenções, vem com algumas novidades. Com o tema Mulher Rendeira, o evento vai ter 800 espaços, 48 países expondo e mais um dia de programação. Como nas outras edições, haverá oficinas, palestras e apresentações de cultura popular. Dez países vão expor pela primeira vez na feira: Azerbaijão, Bahrein, Butão, Colômbia, Holanda, Iraque, Irã, Panamá, Myanmar e Suriname.
Quanto à estrutura, haverá algumas mudanças. Na área externa, os corredores serão mais largos e a bilheteria foi deslocada para onde, no ano passado, era a unidade móvel de artesanato. No interior, haverá vários espaços destinados à exposição de obras de artistas locais. No Espaço Interferência Janete Costa, assinado pelas arquitetas Roberta Borsoi e Bete Paes, a ambientação será de escritório, com lounge, copa, sala de trabalho e sala de estar. O espaço vai contar com a presença da artesã ceramista Irinéia, patrimônio vivo de Alagoas. Neste ano, os ingressos tiveram aumento de um real no preço. De segunda a sexta-feira, vão custar R$ 8 inteira, já aos sábados e domingos, vão custar R$ 10, em todos os dias haverá meia-entrada.
Confira a programação completa de cada dia:

Quinta – 04/07
16h - Sociedade Musical 25 de Setembro de Limoeiro
17h – Sagrama
18h30 – Rogério Rangel
20h – Santana “O Cantador”

Sexta – 05/07
16h – Reisado Imperial
17h – Encanto e Poesia
18h30 – Nádia Maia

Sábado – 06/07
15h – Forró Terreiro da Fazenda
16h – Mazurca Agrestina
17h – Cibele do Cavaco
18h30 – Geraldo Maia
20h – Quinteto Violado

Domingo – 07/07
16h - Banda Cervac Uma força especial
17h – Bellas Marias
18h30 – Flôr de Muçambê
20h – Hebert Lucena

Segunda – 08/07
17h – Grupo Teatro – Integrante
18h30 – Bia Marinho
20h – Josildo Sá

Terça – 09/07
17h – Ciranda de Mariza Lopes
18h30 – Fim de Feira
20h – Cezzinha

Quarta – 10/07
17h – Joãozinho de Exú
18h30 – Thais Nogueira
20h – Adilson Ramos

Quinta – 11/07
16h – Ronaldo Aboiador
17h – Adiel Luna
18h30 – Novinho da Paraíba
20h – Maciel Melo

Sexta – 12/07
16h - Violeiros Ivanildo Vila Nova e Rogério Menezes
17h – Terezinha do Acordeon e Maria Lafaiete
18h30 – Beto Hortis
20h – Petrúcio Amorim

Sábado – 13/07
15h – Coral Águas que Passam na Funase
16h – Perkata de Couro
17h – Cylene Araujo
18h30 – Benil Ramos
20h – Genival Lacerda

Domingo – 14/07
16h – João do Pife
17h – Orquestra Criança Cidadã